Segurança na internet: Navegue tranqüilo!
Veja dicas importantes!
Proteja sua máquina de programas maliciosos, aprenda a criar uma senha segura e a fazer compras e transações bancárias sem sustos
“Compras virtuais oferecem os riscos de qualquer instituição física”, compara Demi Getschko, membro do Comitê Getor da Internet Brasileira. O segredo é certificar-se da procedência do site
Já ouviu falar dos hackers e crackers? Pois são exatamente eles os responsáveis por tantas dores de cabeça. Segundo o dicionário, hacker é a “pessoa viciada em computadores, com conhecimentos de informática, que utiliza esse conhecimento para o benefício de pessoas que usam o sistema, ou contra elas”. Os crackers, por sua vez, têm definição parecida, porém com uma diferença: utilizam sua inteligência apenas para praticar crimes. “Atualmente, os principais perigos são e-mails com arquivos executáveis embutidos e a falsificação de sites”, alerta Demi Getschko, membro do Comitê Gestor da Internet Brasileira.
Cuidados
Antes de mais nada, saiba porque é importante se preocupar com a segurança de seu computador. Nele, você digita informações intransferíveis, como senhas e números de cartões de crédito, além de armazenar dados pessoais. Uma vez invadida, sua máquina pode fornecer esses e outros dados para os criminosos, que provavelmente vão usá-la para praticar atividades ilícitas, atacar outros micros, disseminar mensagens falsas, ler e enviar e-mails em seu nome, propagar vírus, furtar a senha da conta de seu provedor e conectar-se à internet como se fosse você e, pior, roubar seu dinheiro. Como se vê, todo cuidado é pouco.
Senhas
Ao inventar uma senha, evite nomes, sobrenomes, números de documentos e telefones, placas de carros e datas, e jamais use termos que façam parte de dicionários - existem softwares que tentam descobrir códigos combinando e testando nomes e palavras em diversos idiomas. Uma boa senha deve ter pelo menos oito caracteres, ser simples de digitar e fácil de lembrar. Alterne letras maiúsculas e minúsculas e insira números, símbolos e pontos. Outra sugestão é criar uma frase e pegar somente a primeira, segunda ou última letra das palavras que a compõem.
Troque a senha regularmente e lembre-se de criar um código diferente para cada lugar (e-mail, conta de acesso ao provedor, conta bancária etc.). No mais, vale seguir estas recomendações: tenha certeza de que não está sendo observado ao digitar a senha; nunca forneça a senha para estranhos; evite usar computadores de terceiros ao realizar transações que peçam senhas; certifique-se de que seu provedor disponibiliza serviços criptografados (que transformam a senha em có-digo enquanto ela “viaja” pela web).
Quando se fala em e-mail, os maiores problemas são o conteúdo das mensagens (que geralmente induzem a pessoa a abrir o anexo) e as características dos programas leitores (como o Outlook), que permitem executar os arquivos anexados automaticamente. Por isso, ao receber um e-mail de remetente suspeito, apague-o na hora, e desative as opções de abertura automática de programas de seu aplicativo. “A recomendação é: não abra nada desconhecido, nem entre em um site sem digitar seu endereço”, ensina Getschko.
Outras dicas essenciais: mantenha seu Outlook sempre atualizado; se a mensagem quiser encaminhá-lo para uma página via link, despreze-a; só abra os e-mails após verificá-los com antivírus; desconfie dos anexos mesmo se o remetente for conhecido; evite visualizar os e-mails no formato HTML.
Golpes na web
Invadir o site de um banco é difícil, concorda? Os hackers e crackers também acham, por isso atacam os usuários comuns. Na maioria das vezes, a abordagem se dá via e-mail, cujo texto leva o cliente a instalar códigos maliciosos ou acessar uma página fraudulenta, para que suas senhas e números de cartões de crédito sejam capturados.
Mas as falcatruas não param por aí. Um golpe bastante aplicado é o scam, que tem como finalidade obter vantagens financeiras. Pode ocorrer de diversas formas, porém a mais comum são os sites de leilão que oferecem produtos a preços abaixo do custo (a pessoa paga e não recebe a mercadoria). Há ainda os phishing, fraude que se dá através do envio de mensagem não solicitada e que procura induzir o acesso a páginas falsas, projetadas para furtar dados pessoais e financeiros dos usuários.
Para não cair nessas armadilhas, vale repetir: ignore e-mails estranhos e certifique-se de que o site acessado é realmente legítimo (verificando se o endereço permanece inalterado no momento em que o conteúdo é exibido) e de que seus dados não podem ser vistos por outras pessoas (o cadeado no rodapé da página é sua garantia). Feito isso, pode comprar ou efetuar pagamentos pela net sem medo. “Compras virtuais oferecem os riscos de qualquer instituição física. O único problema é alguém monitorar seu teclado (veja em Keylogger). Se usar de cautela, você só tem vantagens”, ressalta Getschko.
Vírus
Vírus é um programa que se propaga inserindo cópias de si mesmo e tornando-se parte de outros softwares e arquivos do micro. É capaz de tudo: desde enviar mensagens ingênuas até destruir o HD. No geral, vem pela internet, e depende da execução do arquivo “doente” para se manifestar. Alguns permanecem ocultos (porém agindo) na máquina por um bom tempo; outros ficam inativos e entram em funcionamento apenas em datas específicas.
Para combatê-los, só existe uma saída: instalar um antivírus confiável e atualizá-lo continuamente. É possível encontrar versões pagas e gratuitas, ou seja, não há desculpas para ficar sem.
Cavalo de Tróia
Trata-se de um programa, normalmente recebido como “presente” (cartão virtual, álbum de fotos, protetor de tela, game etc.), que, além de executar funções para as quais foi projetado, também realiza outras, maliciosas, sem o conhecimento do usuário. Depende da execução do arquivo para funcionar e, entre outras coisas, copia tudo o que está armazenado na máquina e descobre senhas digitadas. A instalação de um antivírus e de um firewall (dispositivo que protege contra acessos não autorizados vindos da internet) já é suficiente para detectá-lo.
Spyware
Spyware é o termo utilizado pa-ra se referir a uma grande categoria de softwares cujo objetivo é observar atividades de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros. Entre suas funções está a captura das preferências do internauta, que vai permitir o envio futuro de e-mails com propagandas direcionadas. No entanto, também pode ser usado com intuito desonesto, por meio da captura de senhas, varredura de arquivos e monitoramento do teclado. O combate baseia-se na instalação de um antivírus, de um firewall ou de programas anti-spyware.
Keylogger
Este dá frio na espinha só de ouvir falar. Keylogger é um programa capaz de capturar e armazenar tudo o que foi digitado pelo usuário. Advém da internet e envia as informações obtidas para os criminosos automaticamente. Por causa dele, os internet bankings trocaram a maneira de os clientes confirmarem suas senhas: antes digitadas, agora elas são informadas via mouse. Para evitá-lo, providencie a instalação de um antivírus ou de um firewall.
Worm
Trata-se de um aplicativo capaz de se propagar automaticamente enviando cópias de si mesmo de micro para micro. Não necessita de execução para infectar a máquina e se espalha explorando suas vulnerabilidades ou falhas na instalação de softwares.
Detectar o “verme” não é tarefa fácil. Configurar um antivírus ou um firewall não basta - o usuário deve certificar-se de que o sistema operacional e os aplicativos instalados em seu PC não possuem fragilidades.
Fonte: Cartilha de Segurança Para Internet
Andressa Christofoletti Viviani, de São Paulo
Publicado originalmente no site do jornal Tudo Bem em 23/03/2006.